Após uma vida acadêmica um tanto conturbada envolvendo uma passagem pela Poli (!) e um curso de graduação em Física (!!), decidi abraçar a carreira audiovisual ao final dos anos 1980. A moda na época era o vídeo pessoal. Finalmente o indivíduo podia não apenas registrar seus momentos caseiros, mas criar histórias com um equipamento acessível e quem sabe até encarar uma carreira futura na área. Entrei nessa em 1989, fazendo um curso na Academia Brasileira de Vídeo, onde aprendi o básico do roteiro-enquadramento-edição e passei a correr pelo circuito das produtoras. Estagiei em uma produtora que fazia vídeos empresariais e em seguida voltei à Academia como assistente de Produção e editor. Em 1990 fui chamado para fazer parte de uma equipe que realizava eventos de grande porte, com apresentações ao vivo em telões em grandes auditórios, como o Anhembi.
Como esses eventos exigiam toda uma logística e produção com três câmeras, iluminação e corte ao vivo, senti a necessidade de aprofundar conhecimentos técnicos. Tive colegas na Academia que cursaram Rádio e TV na ECA e acabei decidindo encarar mais um curso em minha velha e boa conhecida USP. Não optei por cursos particulares por uma questão de custo e também por ter boa familiaridade com o ambiente acadêmico do campus. Ingressei em 1993.
O curso de Rádio e TV em si não me trouxe novidades em termos técnicos. Na época o processo de produção era todo analógico, captado em fitas U-Matic e editado nas famosas ilhas de edição. No estúdio da Antiga Reitoria fazíamos a captação e estudávamos a melhor iluminação. Em termos teóricos o curso foi um tanto disperso e ideologizado em vários momentos, e no que se referia à Produção tudo dependia da iniciativa individual de cada professor. Mas em um aspecto o curso foi interessante: nas matérias envolvendo Roteiro, o que foi bastante útil em meu projeto atual. Meu TCC versou sobre uma novidade, a internet como meio de comunicação social. Ali percebi que esse seria o meio de distribuição de conteúdo do futuro próximo.
Hoje trabalho com design 3D e também desenvolvo um projeto de ficção retrofuturista (Blue Angel Series), que contempla animações, podcasts e também livros. Embora um tanto desconexo e algumas vezes defasado, o conteúdo do curso de Rádio e TV da ECA certamente colaborou para a formação de minha visão do processo audiovisual como um todo.
Ex-aluno | Turma | Curso |
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Claudio Malagrino | 1993 | Rádio e TV |