Fui parar na graduação em Jornalismo na ECA, na turma de 2014, depois de ter largado outras duas na própria USP – Administração de Empresas e Ciências Econômicas, ambas na FEA. Nos três anos já vividos de universidade, já tinha até feito parte da organização de “Festivais do Cão” (em defesa do “CANIL_”) e entrei namorando uma veterana do curso.

Como me considerava mais veterano que a maioria dos que interagiam comigo (e eu era mesmo), não levei a sério algumas instituições que a gente tem que considerar importantes no primeiro ano: atlética, bateria e empresa júnior. Também nunca caí no deslumbramento ou na autobajulação que muitas vezes imobiliza, de que “somos a melhor universidade da América Latina” e isso basta. Um dos meus maiores orgulhos, inclusive, é ter contribuído com meu irmão Guilherme Caetano no projeto “Oficina de Jornalismo”, bastante inspirado nos cursos dos Congressos da Abraji e no espírito da Oboré.

Também por ter entrado com 22 anos, mais velho que boa parte da sala (e com dois dos meus melhores amigos da turma de 2010), já tinha bastante convicção que queria ser jornalista, do tipo bem tradicional (isso só mudou depois de sair da universidade), e consegui rápido muitos bons estágios.

Me orgulho também de ter feito o discurso em homenagem aos professores da ECA-USP, logo nos primeiros meses de 2019, quando a universidade pública parecia mais ameaçada do que nunca.

Além dos grandes amigos e de duas namoradas ecanas (hoje ex), a ECA me deu o privilégio de participar da chapa “aGarra”, que foi fundamental na tentativa de mitigar a prainha gradeada e fez o CALC por uns três anos ter mais seriedade. Também me orgulho bastante de ter idealizado o Ato em Defesa do The Intercept Brasil no Salão Nobre da FDUSP em 2019, que o CALC tocou junto com o Sindicato dos Jornalistas de SP.

Antes mesmo de formado, trabalhei como repórter no Estado de S. Paulo e depois, entre muitos trabalhos curtos, passei pela produtora Busca Vida para fazer reportagem para o filme “Apocalipse nos Trópicos” e na produção e roteiro do podcast O Assunto, do g1, por um ano e meio, incluindo as decisivas eleições de 2022. Hoje faço podcasts para uma startup, no meu primeiro trabalho sem ecanos ao meu lado.

Sinto saudades sempre da escola que me encantou com seu espírito que me despertou liberdade desde minha primeira semana dos bixos em 2010, que sempre tocou as melhores músicas de toda a USP e que foi local de encontro de algumas das melhores pessoas que conheci neste planeta. E lembro com carinho de (quase) todas as brigas que comprei com o Território Livre no grupo do Facebook da ECA.