
Marcando os 50 anos da morte do jornalista Vladimir Herzog (1937-1975), com a chancela do Instituto Vladimir Herzog e curadoria do jornalista Paulo Markun, evento realizado no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc de São Paulo destaca aspectos menos conhecidos da trajetória dessa figura importante da história do Brasil recente e, ao mesmo tempo, discute como a inteligência artificial pode servir à preservação da memória histórica e ao fortalecimento dos direitos humanos.
Dia 30/10: Vlado Presente: Quando a IA dá voz à memória
Vivemos tempos em que algoritmos moldam narrativas e a desinformação corrói a confiança nas instituições democráticas. Vladimir Herzog, torturado e morto pela ditadura militar, em 1975, tornou-se involuntária, mas definitivamente, símbolo da luta por uma imprensa livre e responsável. Usar a inteligência artificial (IA) para amplificar sua voz não é nostalgia, é uma pergunta urgente sobre como construir tecnologias que sirvam à verdade, não à manipulação. Um painel de LED dá voz a um chatbot (programa que conversa por texto simulando ser uma pessoa real) treinado exclusivamente com reportagens, textos e depoimentos do jornalista. O público fará perguntas diretamente ao sistema, que responde baseado num banco de dados construído com documentos baseados em sua história de vida e memória. Não se trata de espetáculo, mas de experimento. Pode a IA servir como guardiã da memória histórica?
Com Caco Barcellos e Mariana Castro.
Dia 31/10: Depois de Vlado: IA, ética e a construção da memória histórica
Mesa de debate sobre os desafios éticos, técnicas e possibilidades da IA na construção da memória coletiva, com foco nas questões de direitos humanos que marcaram a trajetória de Herzog.
Com Eugênio Bucci e Leonardo Foletto.


Vladimir Herzog foi professor de ECA de agosto a outubro de 1975, quando foi morto nas dependências do DOI-Codi. Ele já havia sido docente na Faap e aceitou lecionar na ECA depois de a escola ter perdido vários professores. Alguns já haviam sido cassados e outros pediram demissão naquele ano. Herzog era diretor de jornalismo da TV Cultura. Na ECA foi docente voluntário de Jornalismo Televisionado no Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE) para a turma de 1972. Neste ano de 2025, a escola anunciou a concessão do título de Doutor Honoris Causa in memoriam a Vladimir Herzog.

Paulo Markun é jornalista formado pela ECA (turma 1971) e biógrafo de Vladimir Herzog, com os livros “Vlado, Retrato de um homem e de uma época” e “Meu Querido Vlado”. É conselheiro do Instituto Vladimir Herzog e dedica-se ao estudo de sua trajetória.

Eugênio Bucci – jornalista, professor e autor, é professor titular da ECA-USP e atua como superintendente de Comunicação Social. Integra conselhos da Fundação Padre Anchieta, o Instituto Vladimir Herzog e a Aberje.

Leonardo Foletto – jornalista, professor e pesquisador da ECA-USP. Fundador e editor do BaixaCultura. Integrou a Casa de Cultura Digital e os coletivos Ônibus Hacker e Matehackers. Integra o capítulo brasileiro do Creative Commons e a Coalizão Direitos na Rede.


