Cinquenta anos, de novo

Nosso jubiloso Jubileu, comemorado dia 15 de outubro de 2022, brilhou como uma epifania, ocasião rara nesse tempo em que a esperança é urgida a vencer o ódio. Cinquenta anos de vida é uma enormidade! Basta considerar que Odisseu levou “apenas” duas décadas para lutar a Guerra de Tróia, voltar para Ítaca e reencontrar sua Penélope, o pimpolho Telêmaco e o galgo Argos, entre outros.

Um tanto encabulado de exibir marcas indeléveis de Cronos em minha carcaça, fui festejar com antigos colegas nosso longínquo ingresso na Escola de Comunicação e Artes da USP. O que realizamos ao longo desse período? Que promessas juvenis cumprimos? Que sonhos? Que amores? Será que os reconhecerei? Me reconhecerão?

Com essas indagações, entrei no restaurante Dita Cabrita, onde logo fui acolhido pela solícita Comissão Organizadora. Para meu alívio, recebi um crachá com meu nome em letras grandes. Logo estava abraçando com efusão outros portadores de crachá, vagamente conhecidos e/ou desconhecidos.

A partir daí, o ar ficou leve, o dia nublado se ensolarou e Cronos virou Kairós. Um sentimento oceânico nos maravilhou e nos impeliu para o aqui-e-agora. Sem dar-se conta, cada uma daquelas pessoas idosas reviveu desinibidamente nossa linda juventude, página de um livro bom! Como se nos víssemos pela primeira vez, inauguramos amizades, afetos, afinidades. Tudo parecia novinho em folha e, no entanto…

Para esse momento misterioso contribuíram múltiplas preparações. A mais próxima foi o trabalho afetuoso da comissão, que fez tudo funcionar com excelência (muito obrigado mais uma vez!).

Outra preparação, remota, começou há cinquenta anos e, desde então, nós a modelamos a cada dia. Não sabíamos disso, mas, na primeira vez em que entramos na faculdade, já começávamos a festejar nosso “JubilECA”. Hoje podemos confirmar duas verdades: primeira, amigos de juventude não se improvisam; segunda, “o futuro tem um coração antigo” (Carlo Levi, escritor, pintor e antifascista italiano).

Por tudo isso, agradeço a cada um de nós pela epifania que nos proporcionamos.

Jorge Claudio Ribeiro (Jornalismo, 1972)

“Amigos de juventude não se improvisam”

Turma 1972: 50 anos de ingresso na ECA

Década de 70. Tantas coisas boas e ruins acontecendo à nossa volta. Uma época de revolução nos costumes mas com o peso da ditadura militar a nos assombrar. Éramos belos, jovens e cheios de sonhos. Uma vontade imensa de experimentar o novo, descobrir a vida, fazer amigos, aprender e desbravar novos caminhos.

Entramos na ECA em 72 e o trote que o CA nos aplicou foi fazer trabalhos sobre a Semana de 22 que completava 50 anos, lembra? Naquele ano, também foi lançado o LP Clube da Esquina que acaba de ser reconhecido como o melhor disco brasileiro de todos os tempos. Havia uma grande efervescência cultural e nós participamos de tudo isso.

(Site: JUBILEU 50 ANOS ECA)

A turma de 1972 tinha 200 integrantes, entre eles: Alice Leite, Beatriz Duprat, Bira Castro, Cacá Rosset, Carol Ferraz, Célia de Gouveia Franco, Clóvis Naconecy de Souza, Douglas Salgado, Fabio Cardozo de Mello Cintra, Fabio Malavoglia, Fernando Scavone, Fernando Zamith, Gabriel Priolli, Geraldo Silveira, Glória Lara, Inês Faria, Jorge Claudio Ribeiro, José Vidal Pola Galé, Laura Carneiro, Lillian Witte Fibe, Maria Aparecida Santos Silveira, Maria Christina Rizzi, Maria Ines Villares, Maria Luiza Araújo, Maurício Scaf, Marisa Eleutério, Oscar Motta Mello, Rob Codas, Robson Corrêa de Camargo, Rodolfo Martino, Walcyr Carrasco. Quem mais?

Crédito das fotos:

Clóvis Naconecy de Souza e site da turma de 1972.

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